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Kyvo aposta na combinação entre inovação e antropologia para fomentar a diversidade no Brasil

Mês da Consciência Negra convida à reflexão sobre necessárias ações afirmativas no ambiente de negócios do País

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a 2021 revelam uma disparidade alarmante no cenário profissional do Brasil. Apesar de os pretos e pardos representarem a maioria dos trabalhadores, totalizando 53,8%, sua presença em cargos de liderança é substancialmente inferior, alcançando apenas 29,5%. Em contrapartida, os brancos, correspondentes a 45,2% da força de trabalho, detém quase 70% das posições gerenciais.

Mais do que um mero exercício estatístico, essas discrepâncias convidam à problematização e à reflexão sobre as diferenças. À luz da antropologia, a análise cuidadosa das complexidades culturais, sem pré-julgamentos, é essencial. Nas palavras do renomado antropólogo Clifford Geertz, o papel dos antropólogos é instigar a inquietação, promovendo uma compreensão profunda e questionadora das diversas culturas mundiais.

Essa abordagem é adotada pela consultoria Kyvo, que incorpora em seu olhar o conceito de alteridade em vez de empatia. A busca pela compreensão das diversas realidades, sem preconceitos, é central para a empresa, destacando-se no mercado de consultoria e inovação há quase uma década e com a antropologia como mediadora essencial. A agenda ESG, além da área de pesquisa, é conduzida por Carol Zatorre, antropóloga, Co-CEO e coordenadora regional da rede EPIC People no Brasil, uma comunidade global de pesquisadores.

No mês da Consciência Negra, a Kyvo destaca a importância de questionar a origem e o propósito dessa data. Resultado de estudos, análises de conjuntura e debates políticos, o mês serve como ferramenta de aprendizado para pessoas de diferentes origens étnicas.

“É uma data que nos convida à reflexão. O racismo estrutural se perpetuou de forma sutil por aqui, e é nessa sutileza que temos que atuar. Modificar nossos mecanismos de julgamento a partir da história é aprender com o passado para que o futuro possa ser diferente”, enfatiza Carol Zatorre.

A atenção da Kyvo à diversidade não é apenas retórica. Em 2022, a empresa lançou uma frente de inovação em ESG, com foco especial na inclusão racial. O projeto Dàgbá, em parceria com a Ambev, acelerou 70 carreiras negras da cervejaria em sua primeira edição, um marco importante que levou à expansão do programa para 90 lideranças negras em 2023.

O programa de desenvolvimento para líderes negros teve um aumento de 30% em sua segunda edição, realizada em 2023 e, que contou com 90 lideranças negras com o objetivo de promover a diversidade e a inclusão destes profissionais em cargos de liderança, além de gerar oportunidades de inovação com a criação de diversos  projetos de intraempreendedorismo na maior cervejaria do mundo.

A proposta do Dàgbá vai além da inovação tradicional, incorporando conceitos de antropologia, design e desenvolvimento pessoal. Zatorre, responsável pela liderança do projeto de diversidade destaca o papel da antropologia na promoção do autorreconhecimento étnico-racial e na formação de líderes que sirvam como modelos para outros profissionais negros.

Dessa forma, enquanto o Brasil enfrenta desafios persistentes em termos de inclusão racial, a Kyvo demonstra que a inovação, aliada à antropologia e ao compromisso com a diversidade, pode ser uma força transformadora na construção de um ambiente de trabalho mais equitativo e representativo.