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A inovação na área de energia virá da distribuição

Nos Estados Unidos, a aposta é na Enernet, rede integrada de energia limpa que abastece as cidades inteligentes

Está certo que graças ao enorme potencial hidrológico, a matriz energética brasileira sempre se posicionou entre as mais limpas do mundo. E, independentemente da avalanche de investimentos de países como a China e Estados Unidos em geração de energia solar, seguirá figurando entre os líderes por bastante tempo. Ponto para o Brasil, pois neste quesito estamos na vanguarda.

Isso não quer dizer, entretanto, que a necessidade por inovação seja algo secundário para o setor. Para ilustrar a situação, resgato o cenário traçado pelo Instituto Acende Brasil para os candidatos da última eleição presidencial. Segundo a organização, embora o risco de déficit de energia no país seja baixo, o sistema tem se defrontado com situações momentâneas de alto risco. Apagões de grandes proporções têm ocorrido com certa regularidade e o custo operacional tem se elevado muito devido ao acionamento frequente e duradouro de usinas de geração de alto custo de produção.

Como a tendência de implantação e maturação de novas iniciativas nas áreas de geração e transmissão é de longo prazo, cabe ao setor de distribuição tomar a dianteira de trazer mais inovação ao setor. Esse também é o segmento do setor energético que participa de maneira mais ativa do conceito de smart city.

Quer um exemplo de quão dinâmico está esse mercado? Nos Estados Unidos, um conceito cada vez mais propagado é o de Enernet, que pode ser definido como uma rede integrada de energia limpa que abastece as cidades inteligentes. É nisso que empreendedores como Elon Musk têm apostado. Sua crença vai além do carro elétrico e inclui geração de energia solar e armazenamento da mesma.

Nessa semana, em parceria com a EDP Brasil, iniciamos na Kyvo o programa Starter para selecionar inicialmente dez startups focadas em soluções para o cliente e smart data. O programa irá apoiar as startups durante seis meses e abrirá uma série de possibilidades de trabalhos conjuntos com a EDP no Brasil e na Europa, além de permitir o acesso aos fornecedores da empresa.

Segundo a gestora da área de inovação da EDP Brasil, Livia Brando, neste momento de intensa transformação do setor elétrico, a aproximação com as startups é essencial para aproximar soluções inovadoras à realidade das grandes empresas.

A correta percepção da executiva da EDP Brasil vale para diversos outros setores da economia. É o que temos visto com as Fintechs, com os aplicativos de transporte, entre tantos outros setores. Uma corrida saudável onde o principal ganhador é o consumidor.

Artigo publicado no portal Startse.