Você já se imaginou uberizado? Ou então tentou antever o que seria do setor de atuação da sua empresa se nele houvesse um processo de uberização? O termo uberização não foi cunhado por um taxista revoltado com o serviço concorrente. Veio, no fim de 2014, do publicitário Maurice Levy, líder do grupo Publicis há décadas e uma das maiores referências do setor. Refletia, essencialmente, o grande receio de seus clientes, todos gigantes de atuação multinacional: sofrerem uma reviravolta provocada por alguma nova tecnologia ou serviço, assim como aconteceu com os taxistas.
“O Uber é uma empresa jovem que veio para atuar em um campo dos mais tradicionais da economia, onde ninguém apostava que uma empresa poderia ser global. E eles têm transformado o mercado. Isto significa que, com as grandes ideias, é possível transformar. Este fenômeno pode acontecer com qualquer área. É preciso estar preparado para não ser uberizado”, explicou Levy, meses depois.
De lá para cá, a movimentação das empresas para uberizar, ao invés de serem uberizadas se tornou intensa. Seja via aquisições, como fez recentemente a Unilever, ou por aceleração de startups como fez a JetBlue, a exemplo do que várias empresas tradicionais vêm fazendo. Uma tendência que cada vez mais se parece irreversível para as grandes companhias.
Temos trabalhado na KYVO com empresas de todos os portes, algumas delas entre as 10 maiores do Brasil, sempre na busca de criar o ambiente propício para promover a inovação. E invariavelmente essa busca envolve startups e novos meios de trazer a chamada disrupção à tona.
O chamado “corporate venture” chegou com força ao mercado nacional nos últimos dois anos e deve se consolidar ainda mais em 2017. Já são inúmeras iniciativas nesse sentido, nos mais variados setores (transportes, financeiro, varejo, etc…). O Cubo, patrocinado pelo Itaú, ou a Oxigênio, pela Porto Seguro, são exemplos nacionais do caminho que o mercado corporativo tem seguido para atender à demanda por inovação.
O service design é outra tendência adotada por grandes corporações. Numa iniciativa que extrapola a criação de setores dedicados à pesquisa e desenvolvimento dentro das empresas, as técnicas oriundas do service design oferecem a possibilidade de tornar grandes corporações em empresas disruptivas. Baseiam-se sobretudo no ambiente de transformação digital, design interativo, experiência do consumidor e inovação de produtos. Fora do Brasil, já há uma verdadeira corrida para a aquisição de empresas especializadas no setor.
Texto originalmente publicado em nosso canal no StartSe